XII CONGRESSO DE
NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO
16 e 17 de Maio | Centro Congressos de Lisboa
Menu Do Congresso
XII CONGRESSO DE NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO
16 e 17 de Maio | Centro Congressos de Lisboa

Nutrição: Surpreender e Empreender o Futuro


SESSÃO DE ABERTURA


Exmo. Senhor Prof. Doutor Nuno Vieira e Brito, Secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar | Em Representação da Senhora Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Orçamento do Território.

Exma. Senhora Dra. Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas.

Exmo. Senhor Eng.º Jorge Reis, Subinspector Geral da ASAE - Autoridade de Segurança Alimentar e Económica | Em representação do Senhor Inspector-Geral da ASAE - Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, o Senhor Dr. Francisco Lopes.

Exmo. Senhor Prof. Doutor Pedro Graça, Director do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável e membro das Comissões Consultivas da APN | Em representação do Senhor Director Geral da Saúde, o Senhor Dr. Francisco George.

Exma. Senhora Prof. Doutora Cristina Ribeiro, Assessora de Gabinete do Senhor Secretário de Estado Adjunto da Saúde| Em representação do Senhor Ministro da Saúde.

Exmo. Senhor Dr. Rui Lima, Técnico Superior de Saúde e membro das Comissões de Especialidade da APN |Em representação do Senhor Director Geral da Educação, o Senhor Doutor Fernando Egídio Reis.

Dear Professor Marsha Sharp, Secretária Geral da International Confederation of Dietetic Associations (ICDA) and

Dear Professor Anne de Looy, Presidente Honorária da European Federation of the Associations of Dietitians (EFAD).

Senhores Deputados,

Senhores Bastonários e demais representantes das Ordens Profissionais,

Senhores representantes das Administrações Regionais de Saúde,

Senhores representantes das Direcções Gerais aqui presentes,

Senhores representantes dos Estabelecimentos de Ensino Superior,

Senhores representantes das diversas associações científicas, industriais, comerciais e empresariais

Caros colegas,

Senhoras e Senhores,

Sejam bem-vindos ao Congresso de Nutrição e Alimentação, na sua décima segunda edição.

Todos somos actores da mudança. Sem excepção.

Não tenho qualquer veleidade de modificar o pensamento dos presentes; tal, mais do que uma singela crença, seria perniciosamente contraditório a este discurso. O meu propósito será outro, o de interpelar consciências, o de assumir riscos abordando assuntos ou colocando perspectivas pouco consensuais. É essa a responsabilidade que advém do cargo que ocupo e do inerente compromisso de procurar e apontar os caminhos mais necessários à promoção da saúde pela alimentação, pela responsabilidade de perscrutar novos meios para uma intervenção competente e ajustada do nutricionista, pelo inerente dever de descortinar as necessidades futuras dos indivíduos, da sociedade e dos seus organismos, e às quais nos cumprirá dar resposta a curto e médio prazo.

Os benefícios para a saúde podem ser obtidos através de medidas políticas e económicas, bem como da mudança dos comportamentos individuais, como nos indica a OMS. Nesta procura, como dizia no início, todos somos agentes, sem exclusão de partes: os técnicos de saúde, as entidades governativas e oficiais, as empresas e as indústrias, os estabelecimentos de ensino, os cidadãos e a instituição família. Se as responsabilidades e os impactos de cada interveniente são distintos, nenhum é dispensável. Quero também com isto verbalizar que é forçoso perceber-se, por um lado, que o nutricionista é sempre um técnico de saúde independentemente da sua área de actuação ou do cargo que lhe é atribuído e, por outro, que a função de cada órgão da sociedade é distinto, mas necessário e complementar e não oponente e despiciendo. É este modelo de organização social que construímos, estejamos ou não de acordo com ele, que possibilita as aludidas medidas políticas e económicas preconizadas pela OMS; no fundo o nosso trabalho - no seu sentido mais lato - a nossa existência, a nossa importância, a nossa acção, a nossa realização.

Falamos muito de parcerias e de intervenções multissectoriais, de transversalidade e de interdisciplinaridade, mas continuamos amiúde a confundir função com independência, autoridade com competência. E persistimos, por vezes, em dissimular que, de toda esta interacção, não resultam forçosamente zonas de contacto mais cinzentas e de débil entendimento, deixando-nos ainda surpreender e apanhar desprevenidos. Não devemos esconder que este compromisso, que abarcámos da mudança de comportamentos alimentares em prol da saúde, traz implícito questões de confluência e de sobreposição de áreas de intervenção, de conveniências destoantes e de perspectivas nem sempre complementares.

Mas isso tem a ver com as diferentes funções que compõem uma sociedade e não com a existência de agentes bons ou agentes maus, de metas válidas ou de propósitos falaciosos, seja no sector público, no privado ou no social. Outra coisa é a correcção ou incorrecção com que cada função na sociedade é desempenhada, mas não é disso que estou a falar. Enquanto não estivermos conscientes desta diferença, vamos certamente perder mais tempo a falar do ruído de fundo, desviando-nos da mensagem que queremos fazer passar.

É oportuno fazer-se esta reflexão, porque as dificuldades que por vezes surgem no diálogo entre a ciência, a tecnologia e a actividade económica danificam o avanço do conhecimento e o desenvolvimento humano. E estas barreiras decorrem, não raro, do desconhecimento da sua primária função social, que é possível modificar com as recomendadas sinergias e equipas transdisciplinares.

Repito: na educação para a saúde - aumentado o conhecimento e as competências - e na promoção da saúde - construindo ambientes encorajadores, trabalhando comportamentos e aumentando os recursos individuais e comunitários - todos somos úteis, válidos e interessados e muito teremos a aprender uns com os outros.

Por outro lado, desconstruímos também um pouco o 'juízo de valor', expressão que na sua génese se equiparava à de um juízo com valor, significando a recomendação de se ponderar cuidadosamente, para evitar arbitrariedade e impetuosidade na decisão, buscando consonância com as convicções mais profundas que se tenha, mas não um julgamento feito do ponto de vista pessoal. Importa retomar este sentido do julgar e do entender, usando-o neste diálogo com tantos e diversos parceiros, para que seja valioso e frutífero.

Não pretendo arrogar-me de um discurso menos positivo mas, pelo contrário questionar os momentos em que nos deixamos resvalar para esse estado de espírito contrário ao da investigação, da procura do conhecimento, da interdisciplinaridade, das acções transversais, dos projectos inter-pares, da inclusão e partilha das ciências da nutrição e alimentação com a tecnologia, a economia e a gestão, as ciências sociais e comportamentais, a comunicação e outras áreas do conhecimento.

E, na actual conjunção nacional e internacional, importa sobremaneira reunir esforços, vontades, capacidades e competências. Ao nutricionista cabe uma prestação significativa num país que se quer renovar, renascer, reacreditar...

Por isso, a Associação Portuguesa dos Nutricionistas, em conjunto com a Comissão Científica deste Congresso de Nutrição e Alimentação, em boa hora delineou um programa com base no tema: Surpreender e Empreender o Futuro.

E fê-lo considerando dois níveis estratégicos: por um lado a incorporação crescente do diálogo com outras áreas do saber, desde a tecnologia à economia e a invocação de todos os agentes agro-alimentares e, por outro, olhando de dentro para fora e de fora para dentro, lançando abertamente espaços para nos dizerem o que pretendem de nós e ouvirem o que podemos fazer de melhor.

"Tens duas hipóteses de olhar a gaivota à janela.
Ou a vês elevar-se no ar, asas abertas,

repetindo a imagem de milhões de abraços,
ou a vês descer à água e a despedaçar um peixe.

Sonhador das hora vagas, que não pediste conselho.

Intercala e terás a realidade."

Esta frase da escritora Lídia Jorge resume, de modo extraordinário, a grandeza, os desafios e a precariedade que o nosso viver comporta, mais marcados e marcantes no actual momento que atravessamos.

Mas é um facto que nunca deixamos de ir olhar à janela, à espera de alguém de braços abertos ou de uma ideia que surja, a olhar o infinito como esperança e projecção da janela de oportunidades que temos dentro de nós.

Contem connosco para, deste modo perseverante, empenhado e agregador, olhar o futuro.

A todos os que, num ano particularmente difícil, se empenharam connosco em efectivar este Congresso, Moderadores e Oradores, Patrocinadores, Comissão Científica e Comissão Organizadora, a nossa gratidão.

Aos digníssimos colegas da Mesa da Sessão de Abertura do Congresso e a todos os que aceitaram integrar a Comissão de Honra, agradeço o tempo e a consideração que nos dispensaram. Desejo que se sintam muito bem acolhidos por nós.

À Professora Marsha Sharp e Professora Anne de Looy, devo dizer que é uma honra receber, pela primeira vez em Portugal, as representantes máximas da ICDA e EFAD, associações respectivamente mundial e europeia de nutricionistas, sinal do reconhecimento além fronteiras destes profissionais e do apreço pelo trabalho que a APN vem desenvolvendo.

Uma palavra final de apreço a todos os participantes e congressistas, que todos os anos nos motivam a fazer mais e melhor: obrigada pela vossa presença constante, pelas críticas que nos fazem crescer e pela confiança que demonstram neste Congresso, como um momento ímpar das ciências da nutrição, que se repete em cada ano.

A todos desejo bons trabalhos e uma boa estadia.

Helena Ávila M.

Presidente da Direcção

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS




Patrocinador Platina




 
       
Inneov     


Patrocinador Ouro

 


J Palmeiro

Pingo Doce

   

 
                       
XII Congresso de Nutrição e Alimentação, Todos os Direitos Reservados Desenvolvido por: Portugal Interactivo